(Mateus Fortunato, 14 anos)*
Sabendo do local e da chave que a pista queria dizer, Francisco foi visitar o padre. Quando chegou lá o padre estava na igreja, parecia que estava esperando desde o amanhecer.
-Olá, Francisco, que bom que veio. Disse o padre todo feliz.
-Olá, padre. Eu descobri o local da pista. É uma caverna e precisa de uma fechadura com formato de um Tatu Peba. Pelo menos é o que está na cabeça de uns por aí. Disse Francisco.
-Entendo, mas eu preparei uma coisa para você. É um óculos de visão noturna, caso a lanterna acabe e caso a luz possa atrair o lobisomem.
-Obrigado, padre.
-De nada, Francisco.
Com o equipamento novo Francisco saiu para encontrar a última pista. Ele foi andando e andando até encontrar o velho campo de futebol de areia, onde poderia encontrar a toca.
Foi fácil achá-la. O difícil era entrar, mas Francisco entrou mesmo assim.
Era apertado, mas ele conseguiu chegar até ao final do corredor da toca. Quando chegou lá, viu que até dava para ficar de pé. Estava olhando tudo com cuidado, quando, de repente viu uma alavanca que tinha um formato de Tutu Peba e para sua surpresa era feita de opala.
Mas a surpresa maior foi quando olhou pro outro lado da parede da toca e viu outra alavanca igualmente no formato de Tatu Peba e também feita de opala. Pronto, estava rico, pensou. Deu uma tremedeira nas pernas que ele quase caiu.
Após esfregar os olhos e tirar o suor da testa (estava quente e abafado) ele teve paciência suficiente para perceber que embora ambas as alavancas tivessem um formato de Tatu-Peba e fossem feitas de opala, uma tinha um Tatu-Peba de pé e a cara cheia de confiança. A outra era a de um tatu com medo, se escondendo.
Foi então que viu que havia uma espécie de escrita na parede de pedra caraquenta, que dizia: “Riqueza ou coragem”.
Francisco entendeu o significado daquilo. Ele preferia ficar confiante e com coragem do que pudesse fazer de bem com a riqueza, e puxou a alavanca certa!
O menino sentiu o chão tremer e viu que à sua frente uma espécie de segunda caverna. Na parede da frente, uma espécie de penhasco surgiu a perder de vista.
Ao mesmo tempo o lugar onde ficavam as alavancas começou a afundar. Foi só o tempo de Francisco espertamente passar as mãos nos dois Tatus-Pebas. Colocou as duas estatuetas na mochila que trazia presa às costas e saiu correndo feito um maluco enquanto tudo desabava atrás dele. [continua...].
(*) Mateus Fortunato, 14 anos, é aluno do 9º ano da rede de educação do município de Pedro II (Colégio Monsenhor Lotário), muito inteligente e estudioso. Como meu aluno em 2023, me entregou inúmeras folhas com uma história bem interessante. Aqui reproduzo um trecho delas. Estamos tentando publicar um livrinho do Matheus com suas histórias. Foi o primeiro colocado no concurso de prosa no último SALIP2 (Salão do Livro de Pedro II.
Fotomontagem: Ernâni Getirana, a partir de fotos da internet,
Ernâni Getirana (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Pertence ás academias ALVAL e APLA, além do IHGPI. Membro fundador do Coletivo P2. É autor do livro “Lendas da Cidade de Pedro II”, dentre outros. Escreve aos sábados para este portal.
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