O empreendedorismo feminino no Brasil tem conquistado espaço de maneira notável nos últimos anos. Dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que as mulheres representam 46% dos empreendedores iniciais no país. Essa cifra revela não apenas o crescente protagonismo feminino nos negócios, mas também as transformações que estão ocorrendo no mercado, especialmente em setores impulsionados pela transformação digital. Com a digitalização de processos e a adoção de tecnologias como a inteligência artificial (IA), as empreendedoras estão explorando novos nichos, desde os tradicionais até os mais inovadores. No entanto, os desafios ainda persistem, exigindo uma combinação de estratégias, recursos e políticas de apoio para que possam continuar crescendo e se destacando.
A Diversificação do Empreendedorismo Feminino
Historicamente, as mulheres empreendedoras no Brasil têm forte presença em setores como comércio, moda, beleza e alimentação, áreas associadas ao empreendedorismo feminino. No entanto, uma mudança significativa está em curso: as mulheres estão ampliando sua atuação em setores emergentes e digitais, como tecnologia, marketing digital e economia criativa.
Com a crescente digitalização, o empreendedorismo digital se tornou uma oportunidade única para que muitas mulheres superem barreiras e alcancem novos mercados. O avanço do e-commerce e o uso de plataformas digitais permitem que essas empreendedoras diversifiquem suas operações e explorem alternativas de renda antes inimagináveis. Um exemplo é a venda de cursos online ou e-books em plataformas digitais, que possibilita às mulheres monetizar seus conhecimentos em áreas como desenvolvimento pessoal, culinária, educação ou habilidades técnicas. Esse formato de produto digital tem atraído muitas empreendedoras que buscam flexibilidade e baixos custos operacionais, ao mesmo tempo em que conseguem alcançar um público amplo.
O Papel da Transformação Digital
A transformação digital não está apenas mudando a forma como os negócios operam, mas também abrindo novas oportunidades para as mulheres empreendedoras. A integração entre o digital e o físico está se tornando uma realidade no varejo, por meio de experiências híbridas e da omnicanalidade. Empresas que antes operavam exclusivamente no ambiente online agora também investem em lojas físicas, criando novos modelos de negócios onde o cliente pode transitar entre o online e o offline conforme sua conveniência.
Para as mulheres que empreendem nesses setores, as oportunidades digitais são vastas. Elas podem não apenas abrir negócios online com custos operacionais mais baixos, como também utilizar tecnologias emergentes para otimizar operações e melhorar a experiência do cliente. Ferramentas de IA, por exemplo, já são usadas no varejo para aprimorar a gestão de estoques, prever tendências de consumo e personalizar o atendimento. No setor alimentício, a IA está ajudando na segmentação de clientes e na automação de processos, como pedidos via totens e gerenciamento de dark kitchens, mostrando como a tecnologia pode transformar até mesmo os negócios mais tradicionais.
Desafios Persistentes
Apesar dos avanços, o caminho para o sucesso no empreendedorismo feminino ainda enfrenta desafios significativos. Um dos principais é o acesso ao financiamento. Muitas mulheres encontram dificuldades para obter recursos financeiros para expandir seus negócios, o que pode limitar suas operações e impedir que explorem todo o seu potencial. Além disso, a discriminação de gênero e as barreiras culturais continuam a ser obstáculos reais. A responsabilidade dupla de equilibrar a vida pessoal e profissional é um fardo que muitas empreendedoras carregam, tornando o gerenciamento do tempo e das demandas pessoais um desafio adicional.
Para enfrentar esses desafios, muitas mulheres têm buscado redes de apoio e programas específicos para empreendedoras que oferecem capacitação, mentorias e acesso a linhas de crédito. Esses recursos são fundamentais para ajudar as mulheres a superar barreiras e criar negócios sustentáveis, especialmente em um cenário tão competitivo e dinâmico quanto o digital.
O futuro do empreendedorismo feminino no Brasil é promissor, especialmente com o avanço da inclusão digital e o aumento das iniciativas de apoio às mulheres no mercado de trabalho. As tendências globais de trabalho remoto, impulsionadas pela pandemia, e a ascensão da economia gig oferecem às mulheres a flexibilidade de criar suas próprias carreiras, equilibrando vida pessoal e profissional. Além disso, a economia digital está em plena expansão, criando novas oportunidades de negócio para mulheres que desejam inovar em suas áreas de atuação.
Com o apoio adequado e o acesso a tecnologias de ponta, o número de empreendedoras brasileiras deve continuar crescendo. O uso de ferramentas digitais, como plataformas de e-commerce, redes sociais e tecnologias baseadas em IA, permite que as mulheres explorem nichos de mercado emergentes. Isso inclui, por exemplo, a criação e venda de produtos próprios, como roupas, cosméticos, itens de artesanato ou produtos alimentícios, utilizando plataformas de e-commerce para alcançar um público mais amplo. Além disso, o marketing digital oferece a possibilidade de construir marcas pessoais, desenvolver lojas virtuais, e comercializar produtos e serviços diretamente ao consumidor.
Outro campo promissor é o marketing de afiliados, onde mulheres podem promover e vender produtos de terceiros, mas muitas empreendedoras têm optado por criar suas próprias marcas e produtos para ter maior controle sobre o processo e os lucros. Essa abordagem permite não só a geração de renda, mas também a construção de uma identidade de marca sólida e diferenciada, abrindo espaço para crescimento sustentável no longo prazo.
Conclusão
O empreendedorismo feminino está passando por uma transformação significativa no Brasil, com cada vez mais mulheres assumindo o protagonismo em setores tradicionais e digitais. A transformação digital, combinada com o empoderamento financeiro, está criando novas oportunidades para que essas mulheres diversifiquem seus negócios e explorem mercados emergentes, enquanto enfrentam os desafios que ainda existem. À medida que mais recursos e programas de apoio se tornam disponíveis, o futuro promete ser ainda mais brilhante para as empreendedoras brasileiras, que estão moldando o mercado com talento, criatividade e resiliência.
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Sobre a colunista: Carla Gabryela Resende Fonsêca:
Bacharela em Administração (CEAD/UFPI), Administradora e parte da comissão ADM Mulher- CRA-Pi (Registro: 20-05139). Mestre em Comunicação (PPGCOM/UFPI). Especialista em Docência do Ensino Superior (CHRISFAPI), Gestão da Educação Superior (UESPI), Gestão de Negócios Digitais (Prominas), possui MBA em Gestão da Inovação e Propriedade Intelectual (UNOPAR). Atualmente é Servidora Pública na Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Campus Piripiri, Instrutora do Senac-Pi, Tutora à Distância do curso de Administração (Nead/UESPI) e Tutora presencial da Pós em Empreendedorismo (EAD/IFPI/PII). Como professora possui experiência na Educação Superior e ensino Técnico profissionalizante, como Consultora e Empreendedora atua principalmente nos seguintes temas: Empreendedorismo, Marketing e Vendas, Negociação, Qualidade no atendimento, Gestão de pessoas, Carreira, Relações interpessoais, Criatividade, Desenvolvimento pessoal dentre outros temas associados. É apaixonada por temas de Gestão
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