Maria Luiza de Carvalho Leite nasceu no bairro campestre, na cidade de Pedro II, a sete de setembro de 1932. Era filha de Raimundo José Leite e de Maria das Virgens de Carvalho.
Os primeiros anos de estudo foram no Grupo Marechal Pires Ferreira. Sempre dizia que o fato de não ter podido prosseguir os estudos fora de Pedro II a deixara bastante frustrada, pois tinha alimentado o sonho de estudar no colégio Sagrado Coração de Jesus, em Teresina.
Por isso mesmo foi uma alegria enorme quando após passar no Exame de Admissão, concluiu o curso pedagógico. Foi professora e diretora escolar em Pedro II. Teve doze filhos com Jurandir Leite, com quem se casou aos 17 anos (ele tinha 19 à época).
Mas Maria Luiza foi também, e isso a vida toda, uma escritora. Mais que isso, uma amante das artes. Quando jovem fazia teatro amador. Também desde cedo costumava recitar poemas ufanistas e românticos, até que começou a escrever seus próprios.
Tinha imenso prazer em comemorar seu aniversário no sete de setembro, costumava dizer brincando que todo o país festeja seu aniversário.
A partir de certo momento, já com todos os filhos e filhas criados e com netos e netas, começou a festejar a data natalícia devidamente caracterizada. Vestia-se com uma roupa que reproduzia a bandeira brasileira, chegava de charrete, e realizava uma bela festa de aniversário com seus amigos e amigas no prédio da Associação Viva Feliz (antigo CROP).
Membro da APLA (Academia Pedro-segundense de Letras e Artes, na qual ocupou a cadeira 08, que tem como patrono Corinto Andrade), Maria Luiza participou da coletânea ‘Raspa do Mameleiro’ (organizada pelo também professor e acadêmico da APLA, Ernâni Getirana).
Publicou em 2007 o livro ‘Memórias da Minha Terra’. O livro, ilustrado, contém 166 páginas divididas em oito partes. Ali estão passagens importantes da vida do município, assim como também eventos da família da autora.
Nesse sete de setembro de 2024, embora não esteja mais fisicamente em nosso meio (faleceu em 15/04/2023), Maria Luiza Leite é lembrada por todos e todas que tiveram o prazer de conhecê-la.
Era uma mulher alegre, de bem com a vida. Não se descuidava com a aparência. Vestia-se com esmero, maquilava-se e, depois das seis horas da tarde não fazia mais um trabalho doméstico. Sentava-se à calçada de sua casa, na Praça da Igreja (Praça Domingos Mourão) onde recebia amigas da vida toda (dentre elas a senhora Iracema Mourão) e pessoas do povo para trocar ideias, conversar.
As conversas eram sempre regadas a café gostoso com petas e bolos. Uma das maiores amigas e leitoras da escritora é a adolescente Mariana. Ambas conversavam muito quando a menina a visitava acompanhada da mãe.
Assim, prestamos a ela, Maria Luiza, essa singela homenagem. E nada melhor para continuar lembrando-se dela do que difundir sua obra, sua literatura, seus escritos. Afinal, sete de setembro pode até ser ‘dia da independência’, mas certamente é também ‘dia da escritora Maria Luiza de Carvalho Leite’.
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. Faz parte das academias APLA e ALVAL, assim como do IHGPI (Instituto Histórico e Geográfico do Piauí). Membro fundador do Coletivo P2. Tem alguns livros publicados, dentre eles “Debaixo da Figueira do Meu Avô”. Escreve para este portal sempre aos sábados.