Nos últimos anos, a pandemia de COVID-19 acelerou mudanças drásticas nos padrões de consumo e na forma como as empresas se relacionam com seus clientes. O fechamento de estabelecimentos físicos e as restrições impostas ao comércio tradicional exigiram que muitos negócios se voltassem para o ambiente digital. Nesse contexto, o marketing de proximidade emergiu como uma ferramenta estratégica, especialmente através das parcerias com influenciadores locais, que se mostraram essenciais para manter a conexão com o público e promover o crescimento de marcas em meio à crise.
Podemos indicar que o marketing de proximidade é uma estratégia que busca engajar consumidores em áreas geográficas específicas, utilizando mensagens personalizadas e canais que criam um senso de comunidade. Com o crescimento do marketing de influenciadores, as parcerias entre influenciadores locais—frequentemente pessoas comuns que compartilham suas experiências com públicos específicos—e empresas, têm se tornado cada vez mais valiosas. Essas colaborações se inserem no mix de marketing (produto, preço, praça e promoção) e são especialmente potentes nas mídias digitais, onde o Instagram, por exemplo, tem alimentado um ciclo cada vez mais forte de oferta e demanda.
Durante a pandemia, como explorei em minha dissertação de mestrado, influenciadoras nas regiões de Piripiri e Piracuruca desempenharam um papel fundamental ao agenciar processos de subjetivação através da produção de conteúdo digital no Instagram. Essas influenciadoras utilizaram estratégias como lives shops, demonstrações de produtos em casa e recomendações de compras via delivery, mantendo o mercado de consumo ativo e fortalecendo o comércio local, mesmo em pequenas cidades e durante uma crise global.
O trabalho desses influenciadores, figuras tão presentes e atuantes na sociedade contemporânea, ganha visibilidade à medida que a internet se populariza e as redes sociais se tornam o principal palco de interação e consumo. Sob a ótica de autores como Guy Debord, em "A Sociedade do Espetáculo", e Michel Foucault, com seu conceito de "homo economicus", os influenciadores digitais podem ser vistos como produtos das lógicas sociais da espetacularização do eu e do neoliberalismo, onde o indivíduo se torna tanto seu próprio capital quanto a fonte de sua renda. Como aponta Lafloufa (2020), a fusão entre a pessoa física e jurídica dos influenciadores é tão íntima que se torna impossível distinguir onde termina um e começa o outro.
Essa integração entre a identidade pessoal e profissional dos influenciadores locais é o que os torna tão eficazes no marketing de proximidade. Eles não apenas promovem produtos, mas também constroem narrativas autênticas e próximas do público, criando uma conexão emocional que é difícil de ser alcançada por meios tradicionais de publicidade.
Para pequenas empresas que desejam explorar o marketing de proximidade por meio de influenciadores locais, existem diversas ferramentas que podem ser úteis. Influencity e Heepsy são plataformas que ajudam a identificar influenciadores por localização, nicho e engajamento, facilitando colaborações estratégicas. Além disso, redes sociais como Instagram, TikTok , sites e outros aplicativos locias oferecem recursos poderosos para a criação de conteúdo colaborativo e campanhas de marketing direcionadas a públicos locais.
O marketing de proximidade, potencializado pela atuação de influenciadores locais, se mostrou essencial para a resiliência e o crescimento de pequenos negócios, especialmente durante a pandemia. Esses profissionais, ao estabelecerem conexões autênticas e personalizadas com suas comunidades, não apenas ajudaram a manter as vendas em tempos difíceis, mas também fortaleceram a presença digital de empresas locais. Para aqueles que desejam entender mais a fundo como essas dinâmicas operam, convido a conhecer minha pesquisa, onde exploro detalhadamente o papel dos influenciadores digitais no fortalecimento do mercado de consumo local durante a crise, nos vemos no próximo artigo.
Endereços para acessar
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Sobre a colunista: Carla Gabryela Resende Fonsêca:
Bacharela em Administração (CEAD/UFPI), Administradora e parte da comissão ADM Mulher- CRA-Pi (Registro: 20-05139). Mestre em Comunicação (PPGCOM/UFPI). Especialista em Docência do Ensino Superior (CHRISFAPI), Gestão da Educação Superior (UESPI), Gestão de Negócios Digitais (Prominas), possui MBA em Gestão da Inovação e Propriedade Intelectual (UNOPAR). Atualmente é Servidora Pública na Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Campus Piripiri, Instrutora do Senac-Pi, Tutora à Distância do curso de Administração (Nead/UESPI) e Tutora presencial da Pós em Empreendedorismo (EAD/IFPI/PII). Como professora possui experiência na Educação Superior e ensino Técnico profissionalizante, como Consultora e Empreendedora atua principalmente nos seguintes temas: Empreendedorismo, Marketing e Vendas, Negociação, Qualidade no atendimento, Gestão de pessoas, Carreira, Relações interpessoais, Criatividade, Desenvolvimento pessoal dentre outros temas associados. É apaixonada por temas de Gestão
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