Em recente palestra proferida durante o II SALIP2 – Salão do Livro de Pedro II (22 a 24 de março) a professora Jasmine Malta (Professora, designer de interiores, escritora e artista visual) falou da Literatura de Infância. Sim, essa é a denominação mais adequada para o que antes era conhecido como “Literatura Infantil”.
O termo anterior, Literatura Infantil, provocava uma série de mal entendidos. Seria uma literatura bobinha? Ou uma literatura feita POR crianças? Ou ainda uma literatura feita para EDUCAR crianças?
Já o termo Literatura de Infância evita toda essa gama de efeitos, digamos, colaterais. A infância é um período da vida do ser humano. Aliás, um dos períodos mais importantes, pois é nela que as pessoas estruturam o futuro adulto que supostamente serão um dia. Psicologia do senhor Freud.
A prática de ouvir e ler estórias é um hábito salutar e, segundo a UNESCO, é um direito de toda criança. Claro que a crianças que possuem pais que praticam a leitura, possuem um(a) professor(a) que seja um(a) leitor(a) e as incentivem a ler é o ideal. Mas a vida é real como um corte de navalha.
Por outro lado, o Brasil é a terra de um dos maiores escritores de Literatura de Infância: José Bento Monteiro Lobato. Eis uma rápida biografia dele escrita por Dilva Frazão, professora e biblioteconomista.
“Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor e editor brasileiro. "O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina.
Ao lado da literatura infantil, Monteiro Lobato também deixou extensa obra voltada para o público adulto. Retratou os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café.
Lobato situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna. Lobato foi também jornalista, tradutor e empresário. Fundou a Companhia Petróleo do Brasil, à qual se dedicou por dez anos. [...].
Livros de Lobato: O Saci (1921), Fábulas de Narizinho (1921), Narizinho Arrebitado (1921), O Marquês de Rabicó (1922), Peter Pan (1930), Reinações de Narizinho (1931), Viagem ao Céu (1931), As Caçadas de Pedrinho (1933), Emília no País da Gramática (1934), História das Invenções (1935), Geografia de Dona Benta (1935), Memórias da Emília (1936), Histórias de Tia Nastácia (1937), Serões de Dona Benta (1937), O Poço do Visconde (1937), O Pica-pau Amarelo (1939).
Fábulas de Monteiro Lobato: O Cavalo e o Burro, A Coruja e a Águia, O Lobo e o Cordeiro, O Corvo e o Pavão, A Formiga Má, A Garça Velha, As Duas Cachorras, O Jaboti e a Peúva, O Macaco e o Coelho, O Rabo do Macaco, Os Dois Burrinhos, Os Dois Ladrões”.
Como professor, tenho contato cotidiano com estudantes de 14, 15 anos. Sempre falo de livros para eles, às vezes distribuo livros para que leiam, comentem. Também os estimulo a escreverem suas próprias estórias e as leiam em voz alta. Toda atividade que ‘passo’ para meus alunos e alunas eu também faço eu mesmo.
Como autor de literatura para a infância, tenho procurado publicar livros que respeitem a inteligência das crianças e que as estimulem a pensar, fazer associações, além, é claro, de fazer com elas percebam que ler é o maior barato.
PS. Não, não me esqueci do Ziraldo nem da Maria Clara Machado. Falarei deles em outros futuros textos. As fotos desse artigo foram baixadas da internet. Comercial: Durante a 18ª edição do Festival de Inverno de Pedro II estaremos na praça com nossos livros.