A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta sexta-feira (8) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para definir quem vai ficar responsável pelo vídeo da reunião interministerial do 22 de abril, após o material ser entregue pelo governo e antes de ser analisado pela Polícia Federal.
A gravação é o registro de uma reunião, com a participação do presidente Jair Bolsonaro e ministros, ocorrida no Palácio do Planalto. O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que no encontro há declarações que mostram que o presidente tenta interferir politicamente na Polícia Federal.
O relator do inquérito no STF, ministro Celso de Mello, requisitou ao governo a entrega do material. Agora, a AGU quer detalhes sobre quem guardará e quem terá acesso ao vídeo.
Ao se demitir do governo, Moro afirmou que Bolsonaro fez pressão para a troca do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, e de superintendentes regionais regionais do órgão. Em inquérito aberto para investigar as denúncias, o ex-ministro citou a reunião.
"[A União], no ensejo da iminente entrega do registro audiovisual completo da reunião presidencial ocorrida no dia 22 de abril de 2020, [vem] rogar seja verificada a possibilidade de vir a ser definida, desde logo, a inteira cadeia de custódia do citado registro até que a autoridade policial designada por Vossa Excelência venha a realizar a segregação dos elementos que sejam pertinentes daqueles que não sejam pertinentes ao inquérito", escreveu a AGU no pedido ao Supremo.
Nesta quinta-feira (7), o governo já havia pedido ao relator que reconsiderasse “a ordem de entrega de cópia de eventuais registros audiovisuais de reunião presidencial ocorrida no dia 22 de abril de 2020". O governo quer que o ministro aceite só as partes do vídeo que sejam tema do inquérito.
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